História do Investimento
Devido à relação histórica do ato investir confundir-se com os primeiros atos de troca e comércio humano nas antigas civilizações, falta a datação precisa de seu início. Segundo Décio Bazin, é possível inferir que, por volta de duzentos anos antes de Cristo, sociedades por ações já estavam sendo estabelecidas no mundo romano.
Contudo, os mercados financeiros têm origem, resultado e relevância (contínua transformadora das relações econômicas neste planeta) em um passado próximo à revolução industrial.
No século XVIII, iniciou-se, na Inglaterra, o processo de transição do modelo feudal para o sistema capitalista; surge a indústria, e com ela a primeira fase da revolução industrial. Para o historiador escocês Ferguson, a revolução financeira antecede a revolução industrial; o papel dos bancos, como um todo, na industrialização europeia foi mais determinante que o papel da Inglaterra. O comércio e a economia são definitivamente transformados. Esse período econômico desenvolve os mercados financeiros modernos.
Um século antes, em Amsterdã, é inaugurado um centro de negociação, a chamada bolsa de valores. Logo esse tipo de centro passa a existir ao redor do mundo. Era o local onde ações eram vendidas e compradas. Ações são partes de empresas. Investidores poderiam comprar ações, as quais os tornavam proprietários parciais de uma empresa.
As empresas cresciam; as operações se expandiam; a expansão era dispendiosa. A solução para o problema financeiro foi atrair indivíduos dispostos a fornecer capital; e, em compensação, estes participariam nos lucros ou juros sobre o investimento feito.
Em meados do século XX, a revolução industrial encontrou-se em sua terceira fase, cuja característica mais expressiva no setor financeiro foi a globalização e o comércio internacional. Nas comunicações as novas tecnologias possibilitaram transações comerciais quase imediatas ao redor do mundo. Países adotam políticas de livre circulação de capital, o que permitiu a diversificação das carteiras de investimento. Nessa época há a popularização de fundos de investimento.
Ainda nesse século, surgem os sistemas de crédito e débito como conhecemos hoje. Para Ferguson, a evolução desses sistemas ocupa lugar de destaque e importância, quanto qualquer outra grande realização civilizacional, na história da inovação humana.
Do século XX para o XXI, os atos de troca e comércio se tornaram, – de modo profundo e sem volta –, globais e populares. A onipresença da tecnologia através de dispositivos móveis conectados à rede facilita e viabiliza as negociações e o aprendizado nessa área. Hoje, quem tem acesso à internet pode aprender a investir.
Fontes
FERGUSON, Niall. A ascensão do dinheiro: a história financeira do mundo. São Paulo: Planeta, 2020.
BAZIN, Décio. Faça fortuna com ações, antes que seja tarde: Profissional do mercado mostra o caminho através do fascinante mundo da Bolsa. 8 ed. São Paulo: Editora CLA, 2017.